Wetzel S.A.

Hoje em dia, quem passa em frente a Rua Senador Felipe Schmidt, ainda vê a antiga fachada da empresa ostentando o nome da companhia – figura 1. Mas ao dar a volta na quadra, se depara que grande parte das instalações estão agora, em uso, por uma instituição de ensino superior. Ainda assim, as marcas arquitetônicas industriais bem distintas sobressaltam aos olhos e indicam ali os vestígios de uma das muitas fábricas da história da indústria em Joinville.

Figura 1 – Foto da fachada da Cia. Wetzel.

Fonte: Acervo do autor.

Os primórdios da Wetzel S.A. remontam a 1856 quando Friedrich Louis Wetzel e Emma Rauter Wetzel iniciaram a fabricação de velas e sabões a partir de sebo de boi, como forma de complementar a renda familiar (A NOTÍCIA, 1998). O negócio, inicialmente situado na antiga Annaburg, passou para o centro da cidade de Joinville anos mais tarde com os filhos do casal, que construíram uma fábrica na rua Senador Felipe Schmidt – vide figura 2.

Figura 2 – Metalúrgica Wetzel, localizada na rua Senador Felipe Schmitd, nº 228, com fundos para a rua Visconde de Taunay. Notar a icônica chaminé de 56 metros de altura.

Fonte: Inv. 7291, acervo do Arquivo Histórico de Joinville.

            A partir de 1932, a Wetzel começa a se dedicar a metalurgia – apesar de ainda manter as produções de sabões e velas. Trabalhando inicialmente com técnicas pioneiras de fundição de metais não-ferrosos, com o passar das décadas, a empresa foi diversificando seu leque de produtos, investindo fortemente na produção de componentes para instalações elétricas. Aproveitando os estímulos do mercado interno nas décadas de 50 e 60 (ROCHA, 1994), o complexo fabril foi expandido em 1971 com a inauguração de uma nova fábrica – vide figura 3 (A NOTÍCIA, 2006). É também nesse período que a empresa investe em uma fundição, almejando a produção de itens para uso em transmissão e distribuição. Apesar do sucesso, a Wetzel enfrentou problemas econômicos durante a década de 80, dado a retração de investimentos no mercado, superados mais tarde, em especial após a compra da Metalúrgica Douat S.A (DIÁRIO CATARINENSE, 1988).

Figura 3 – Segundo parque fabril da Wetzel S.A.

Fonte: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.

            Atualmente, seu prédio central não está mais em funcionamento. Pelo valor histórico da construção, realizou-se sua patrimonialização através do Processo de Tombamento FCJ.CPC.2005-009, oficializado pelo decreto nº 16.162, de 20 de novembro de 2009. Vale destacar que, no local, está em funcionamento o Centro Universitário – Católica de Santa Catarina, responsável pela gerência e manutenção do complexo que, para além da estrutura da antiga empresa – vide figura 4 – e a chaminé, também conta com a presença de duas casas enxaimel no terreno.

Figura 4 – Complexo fabril da Wetzel S.A. em 1980.

Fonte: A NOTÍCIA, 31 de janeiro de 1980. Disponível no acervo do Arquivo Histórico de Joinville (AHJ).