Usina Hidrelétrica do Piraí

Segundo Sérgio Schmitz (SCHMITZ, 1998 apud PISTORELLO, 2017) “Florianópolis necessitava de um adequado sistema de iluminação, uma vez que outras cidades como, por exemplo, Joinville, já desfrutavam das benesses da energia elétrica que, aos poucos, também era utilizada para fins industriais.” Podemos assim compreender como a energia elétrica estava se fazendo importante para o desenvolvimento dos municípios. Assim, em 1909 a empresa iniciou um contrato com a prefeitura para fornecer iluminação pública (GAZETA, 1909 apud BIBLIOTECA, s.d.), sendo que em 1925, passou a atender o município de São Francisco do Sul, pois foram construídas represas (CELESC, 2021).

Uma informação curiosa sobre o funcionamento da empresa nesse período é que segundo o Plano Regional de Eletrificação de Santa Catarina do Governo Jorge Lacerda de 1957, produzido pela Companhia Brasileira de Energia, em 1956 houve em Joinville racionamento da energia, sendo interrompido o fornecimento nos dias úteis de manhã das 6 às 11 horas e a tarde das 13 às 18 horas, assim como, nos domingos e feriados era das 6 às 17 horas (CELESC, s.d.). Porém devemos lembrar o que traz Hoenicke (2007 apud SANTANNA, 1998):

Foram realmente determinantes para a passagem de uma economia agrícola para industrial, as relações de comércio com o Planalto catarinense, com o Paraná e com São Francisco do Sul, […] a implantação das redes de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água e o constante contato com a Europa, principalmente com a Alemanha.

Assim, as redes de energia em Joinville foram um importante feito para, de forma gradual, uma transformação do município em uma economia industrial. Além disso, quem também colaborava neste momento era a empresa Siemens & Sukert e a empresa alemã “Allgemeine Elektrizitats-Gesellschaft” (A.E.G.) que “após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha cedeu suas ações ao governo brasileiro, como indenização de guerra, formando o governo estadual o monopólio com a fundação das Centrais Elétricas de Santa Catarina – CELESC .” (Ficker, 1965; Ternes, 1986 apud ).

Somente com o Decreto Federal nº 59.453 de 3 de novembro de 1966 a Celesc passou a ter a outorga da Usina Hidrelétrica do Piraí, sendo esse decreto prorrogado em 29 de junho de 1999 e tendo o termo final de concessão em 7 de novembro de 2016. A companhia após ter posse da usina, estruturou e gerenciou o local realizando um processo de automação. Portanto, apesar de antiga, tem equipamentos modernos e é atualmente telecomandada diretamente do Centro de Operação da Geração, em Florianópolis (CELESC, 2021).

A região ao entorno da usina fica aos pés da Serra do Mar e é ocupada por pequenas propriedades agrícolas. Por ser um ambiente de natureza com rica fauna e flora, além dos belos riachos, o local acaba por trazer visitantes, como adeptos do ecoturismo e de ciclo aventura. Dessa forma, em 20 de dezembro de 2019 foi inaugurada, pela CELESC Geração, a Praça da Energia, na entrada da Usina Hidrelétrica do Piraí. O local foi construído com objetivo de servir como espaço de convívio e integração para os visitantes. Contando com o conceito de lixo zero e com um ponto de check in virtual para os visitantes que desejarem registrar sua visita, além disso possui QRCode para se ter acesso ao tour virtual da Usina do Piraí, já que o ambiente não se encontra sempre aberto ao público. Para visitas internas a usina hidrelétrica, é necessário que a CELESC realize seu evento “CELESC Portas Abertas” quando fornece visitas guiadas e acompanhadas. Isso se deve pelo fato de a usina ainda estar em funcionamento e poder oferecer riscos.