Ponte Friederich Piske (Estrada do Pico)

De maneira geral, os moradores da Estrada do Pico historicamente trabalharam na lavoura com culturas de natureza diversa, quais sejam, milho, batata, aipim, cana-de-açúcar, banana, além da criação de gado, suíno e aves (ASSUNÇÃO, 1997b; IPPUJ, 2015). Além disso, havia muitos engenhos na região, que produziam açúcar e melado (CORRÊA; ROSA, 1992). Assim sendo, a instalação da ponte foi de grande importância para o escoamento dessa produção.

            A importância dessa edificação do ponto de vista histórico e arquitetônico fez com que a Ponte Friederich Piske fosse alvo de processo de tombamento em âmbito estadual. Trata-se do Tombamento Provisório nº 270/2000, da Fundação Catarinense de Cultura – FCC (FCC, 2000). O processo teve início em 1994, por meio de uma notificação da referida instituição destinada à Prefeitura de Joinville, e, no decorrer da documentação, é possível perceber que as recorrentes quedas da ponte – em particular em 1995 e 1999 – foram um dos motivadores do tombamento.

            Além disso, na Estrada do Pico é localizado um dos sete bens de Joinville protegidos em nível federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, a Casa Alvino Fleith, tombada pela instituição em 2015. Sobre isso, a edificação integrou o Projeto Roteiros Nacionais de Imigração, a respeito de edificações e núcleos urbanos e rurais relacionados com a imigração em Santa Catarina, tendo sido escrita em três livros tombos, quais sejam: Livro do Tombo de Belas Artes, Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, e Livro do Tombo Histórico (MACHADO, 2018).

Hoje, a Estrada do Pico possui aproximadamente 12 quilômetros de extensão, terminando próxima à região do Quiriri. Além da Ponte Friederich Piske, também é possível acessar a estrada por meio da ponte descoberta, na ligação com a Estrada João Fleith (IPPUJ, 2015).

Dessa forma, a Ponte Friederich Piske é um elemento de notada importância histórica e arquitetônica no processo inicial de acumulação de capital na cidade de Joinville, seja pela excepcionalidade estética da sua construção do início do século XX ou pela relevância do seu uso no escoamento dos excedentes da produção dos moradores da Estrada do Pico.